sexta-feira, 4 de julho de 2014

Abismo



O que te impede de vir aqui e dizer o que sentes? Já se foi perdido muito tempo e nós estamos como poeira, à sombra de algo que possa nos alimentar, enrijecer. Tenho fome querido, de você também! Mas principalmente dos dias de sol, da falta que aquele calor me traz, das bebidas geladas, e do seu suor. Do suor sim, do seu junto ao meu! Do nosso suor produzido sempre que estávamos juntos. Você já conhece aquele medo que tenho de dizer as palavras erradas ou certas nas horas certas e erradas. De qualquer forma, tenho medo de dizer. Coisas sem sentido, descontextualizadas, as que fazem todo sentido, que anestesia, falta o ar, lubrifica o cérebro. E nós, aonde vamos com toda essa filosofia de boteco que se apossa de nós as 4 da manhã de uma terça feira morna? Ah, meu amor, se soubesses todo o caos que está aqui dentro desde que percorreu os caminhos da minha vida.... Esse tipo de romancezinho picareta nunca foi meu forte, bem sabes disso. Mas ultimamente, nem me reconheço mais em mim, às vezes vejo-me naquela música romanesca, outras me imagino em um filme non-sense, mas o certo é que queria viver sobre as esperanças de algo que nunca veio, e será que virá? Quem diabos sabe...  Só sei que seu perfume impregnou em minha pele, já esfreguei para que ele possa sair, libertar-se de mim, mas há algo injustificável na forma como nos encaixamos que justifica todos os erros e tropeços e quedas e caídas e recomeços. E começos.

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